A Real Deficiência

Ilusões do Amanhã
Por que eu vivo procurando
Um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de mim Esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você.
Eu quero apenas viver,
Se não for para mim que seja pra você.
Mas às vezes você parece me ignorar,
Sem nem ao menos me olhar,
Me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos eu vou correr.
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um, o meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão,
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão,
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.
Talvez eu seja um tolo,
Que acredita num sonho.
Na procura de te esquecer,
Eu fiz brotar a flor,
Para carregar junto ao peito,
E crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador...
Sou um tolo que acredita, ainda, no amor.

Alexandre Lemos - 28 anos, aluno da APAE
.
Existem pessoas que acreditam que uma pessoa com necessidades especiais não sabem o que se passa no mundo, não sentem quando são menosprezados, ou algo do gênero, pelo simples fato de terem certas diferenças genéticas.
Pois vejam, este garoto, de 28 anos, e que devido a Sindrome de Down, tem idade mental de 15 anos, foi capaz de expressar em palavras sentimentos de dor em relação a sua própria vida, em relação ao mundo, e ainda demonstra, no final, que sim, ele tem esperanças que tudo mude.
Muitas vezes perdemos as esperanças, e nem tentamos pensar em alguma forma de lutar.
E nós, que somos, aparentemente, normais.
E ele, o incessantemente intitulado pela sociedade como deficiente, mostra toda sua indignação, sua revolta, e sente sim, como o mundo o trata com indiferença.
Será então, que a deficiência está nele, ou nas outras pessoas, que só sabem ver o valor das outras pessoas pela aparência física e pelo que se veste no corpo?
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